terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Jorge Kajuru fala sobre a morte de Sócrates, polêmicas no mundo do futebol e o seu renascimento na TV após quase morrer


O que você fez pior na sua vida?
Tentei me suicidar. Tomei 20 comprimidos de Dormonid, remédio para dormir. Estava impotente e havia perdido o globo ocular do meu olho direito. No olho esquerdo já tinha apenas 18% de visão, tudo por causa da diabetes. Teria de colocar prótese. Não queria que ninguém me visse assim. Havia perdido também um programa na tevê e um processo na justiça. Estava sozinho, sozinho, sozinho... Preferi tomar as pílulas e morrer. Mas me encontraram a tempo e levaram para o hospital e me fizeram lavagem estomacal e me salvaram a vida. Hoje compreendo que fui fraco. Sobrevivi e Deus me deu a oportunidade de reconstruir a minha vida. Se eu aceitei me expor para você é para que o eu sirva de exemplo para quem está sofrendo como eu sofri. E pensa na morte como solução. É o maior erro, a maior derrota. É jogar o que temos de melhor: a vida. Foi o que eu fiz de pior para mim mesmo. O meu maior inimigo sempre foi Jorge Kajuru.
Mas você sempre foi uma pessoa muito cercada de amigos, mulheres...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Final Mundial Interclubes 1981: Flamengo 3 x 0 Liverpool (Jogo Completo)


Flamengo, 30 anos do Mundial: do início à Libertadores

Uma geração de ouro que encantou o mundo. Assim podemos traduzir o time do Flamengo, campeão de todos os títulos possíveis desde o fim da década de 70 até meados dos anos 80. Mas para chegar até à conquista do Mundial Interclubes de 1981 a trajetória não foi tão fácil assim. A conquista da Copa Libertadores foi sofrida e, antes disso, a base do grupo vencedor esteve ameaçada.

Como tudo começou

Em 1978, o Flamengo foi para a decisão do Campeonato Carioca, diante do Vasco, com total responsabilidade do triunfo. Pesavam os últimos insucessos do clube na competição, quando não passou de mero coadjuvante em 75 e 76. Além disso, no ano anterior, em 1977, perdera o título para o Cruz-maltino, nos pênaltis.

O gol de Rondinelli, aos 41 minutos do segundo tempo na decisão de 1978 não só garantiu o título do segundo turno e do Carioca de forma antecipada, sem necessidade de final, como manteve na Gávea uma geração que poderia ter se perdido não fosse aquela cabeçada fulminante.



Análise tática de Mauro Beting

Em 1978, Toninho Baiano voava pela direita. Mas sem a qualidade técnica de Leandro. Com a presença de Claudio Adão no comando de ataque (que não pôde atuar na decisão contra o Vasco), o setor era muito mais técnico. Mas não funcionou tão bem como nos tempos de Nunes. Em 1978, na final, o treinador Cláudio Coutinho usou algo próximo a um 4-2-2-2. Mas a base do time era semelhante ao 4-3-3 em voga. Dois pontas, um centroavante, Zico próximo ao trio ofensivo, Adílio fazendo o vaivém, Carpegiani comandando a marcação e organizando o setor.

Na temporada seguinte, duas competições foram realizadas pela federação de futebol do Rio de Janeiro. Em ambas, o Rubro-Negro sobrou e levou a melhor, conseguindo a façanha de ser tricampeão carioca em dois anos. Com a Cidade Maravilhosa pintada de vermelho e preto, Zico e companhia continuaram sua saga e conquistaram o Brasil, em 1980, pela primeira vez na História.

- Depois daquilo, sabíamos que tínhamos condições de títulos ainda maiores. Fomos em busca disso - disse Zico.

Foi o ponto inicial para a brilhante saga rubro-negra rumo a América do Sul.

A caminhada pela Libertadores

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A verdade por trás da troca de Fátima Bernardes por Patrícia Poeta no Jornal Nacional



A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela entra Patrícia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”.
Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo.
Primeiro ponto: a Patrícia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89.
Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo.
Patrícia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria, ou pode escrever sobre racismo, instalado em Veneza ao lado do amigo (dele) Diogo Mainardi.